Precisamos Falar Sobre Racismo


Racismo é a discriminação social baseada no conceito de que existem diferentes raças humanas e que uma é superior às outras. Esta noção tem base em diferentes motivações, em especial as características físicas e outros traços do comportamento humano.

Consiste em uma atitude depreciativa e discriminatória não baseada em critérios científicos em relação a algum grupo social ou étnico.

O racismo no Brasil é crime previsto na Lei n. 7.716/1989, e inafiançável e não prescreve, ou seja, quem cometeu o ato racista pode ser condenado mesmo anos depois do crime.


Foram os portugueses através das expedições de exploração da costa africana, que iniciaram o comércio de africanos escravizados, levando-os como mercadoria para a Europa e América. Souza (2005, p. 53) diz que foram três os “principais objetivos que levaram às explorações marítimas: comerciar ouro, encontrar o caminho alternativo para as Índias e converter ao catolicismo os povos encontrados”. Para alcançar os dois primeiros objetivos era preciso de mãos para trabalhar, e esse serviço era justificado pela força da fé, contida no terceiro objetivo. Como o ouro durou pouco, o escravo passou a ser a mercadoria mais valiosa para os europeus.
De acordo com Gomes (2012, p. 448) “calcula-se em dez milhões, ou mais, a quantidade de africanos transportados para as várias regiões das Américas entre os séculos XVI e XIX, tendo o Brasil recebido 40% destes”. A falta de mão de obra atrelada ao interesse mercantil dos europeus, estabeleceu um comércio negreiro e a formação de uma sociedade escravista, originando a grande diáspora africana 4 . O tráfico negreiro se tornou a maior migração forçada da história, sendo interrompido somente em meados do século XIX.


O dia 21 de março foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data foi escolhida em memória aos mais de 60 mortos do massacre ocorrido na África do Sul nesse mesmo dia no ano de 1960.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi criada com o objetivo de proteger os direitos fundamentais dos seres humanos condenando todo o tipo de discriminação pela cor, gênero, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Ao analisarmos o processo de colonização, fica claro que toda sua base consistia na exportação de mercadorias produzidas pelo trabalho escravo (SOUZA, 2005). O açúcar teve papel fundamental nessa economia, sendo produzido a partir dos engenhos e levados para os portos, de onde seguiam rumo a Lisboa; em destaque desde o século XVI, só perde seu domínio para o ouro descoberto em Minas Gerais a partir do século XVIII e todo trabalho de mineração também dependia de escravos. A descoberta do ouro mudou o foco administrativo da colônia, da região Nordeste para a Sudeste, transferindo a capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
Após 1822, com a independência do Brasil, o sistema de produção e as relações sociais continuaram as mesmas do período colonial, fundadas no trabalho escravo. “Na época da independência, numa população de cerca de 5 milhões, incluindo uns 800 mil índios, havia mais de 1 milhão de escravos”. (CARVALHO, 2012, p. 19).
Durante todo Império, no século XIX, o café foi o produto que movimentou a economia brasileira, que assim como o açúcar, enriquecia as elites, a custa do trabalho compulsório, feito pelos escravizados nas fazendas de café. 

O racismo e preconceito estão interligados. O racismo é um tipo de preconceito étnico, uma ideia pré-concebida e pejorativa a respeito de uma etnia ou grupo social.
O preconceito normalmente pode não estar ligado exclusivamente à aparência física de uma pessoa ou povo.
O preconceito pode estar relacionado ao estilo de vida de uma pessoa (por exemplo, a sua orientação sexual). Pode também haver preconceito relativo à classe social de uma pessoa, como a aversão a pessoas pobres.
A xenofobia é também um tipo de preconceito, que indica uma repugnância relativa a pessoas estrangeiras.

Fica evidente que o longo processo de escravidão no Brasil, deixou marcas profundas em nossa sociedade, a mancha da desigualdade ainda marca os corpos dos menos favorecidos, principalmente se esse corpo for negro. Mas, como enfatiza Reis e Gomes (2012, p. 9) “onde houve escravidão houve resistência”; houve luta por igualdade nos tempos da opressão legalizada, e ela permanece nos dias atuais, a luta empreendida
contra a discriminação é contínua, e segue com os homens de coragem.

O racismo é um problema social tanto em nações subdesenvolvidas como nas desenvolvidas, principalmente sob a forma de xenofobia. O racismo nos Estados Unidos apresenta consequências graves, e suscita o aumento da violência nos subúrbios de maioria negra e hispânica, em relação a imigrantes árabes, entre a comunidade LGBT, e outros grupos considerados minorias e com características diferentes dos brancos norte-americanos.
A crise econômica e o crescimento demográfico costumam ser motivo de problemas raciais. Entre os exemplos há o caso da Grã-Bretanha com os imigrantes, na França com os norte-africanos, na Alemanha com os sírios ou na Espanha com a população cigana e os trabalhadores negros ilegais.
O racismo pode estar relacionado com a política de um país, sendo um dos maiores exemplos, a Alemanha nacional-socialista, que perseguiu e exterminou judeus, ciganos, eslavos, entre outros grupo, com base em argumentos sobre a superioridade da raça ariana. O anti-semitismo (racismo contra judeus) levou ao holocausto, culminando na Segunda Guerra Mundial.

O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão, e conforme Carvalho (2012, p. 47) foi também “o último país de tradição cristã e ocidental a libertar os escravos.”
Após a colonização, os portugueses trouxeram os negros para serem escravos no país. A partir daí, implica-se dizer que os principais grupos a habitar o país foram os portugueses, índios e negros. Esses grupos ajudaram a construir a mistura de raças que compõe o país atualmente. Além deles, vieram os italianos, japoneses, espanhóis, entre outros.
A partir dessa união de raças desenvolveu-se o que é o país hoje em dia, e como passaram a ser criados novos costumes e tradições, nascendo assim a etnia.
O apartheid foi um regime político de segregação racial na África do Sul. Esse regime foi adotado em 1948 e durou até 1994.
A palavra apartheid significa separação, ou identidade separada, e durante esse período os brancos dominavam os direitos sociais, econômicos e políticos da sociedade sul-africana, mesmo com a maioria da população sendo negra.
Os negros africanos deram uma contribuição muito importante para o Brasil ser o que é hoje, adaptando seus costumes e tradições a nova terra. E será preciso muito empenho para reverter as desigualdades enfrentadas por estes, como evidencia Souza (2012, p. 236) “dos horrores do escravismo, da iniquidade da exploração colonial, do racismo violento [...] estamos hoje bem conscientes, empenhados no esforço hercúleo de lavar suas nódoas e superar
seu legado trágico.”
Tendo em vista que essas relações sociais construídas ao longo de mais de trezentos anos com preconceitos profundamente arraigados, não serão alteradas de uma hora para outra. É necessário que haja mudanças de comportamento e alterações na legislação, como vem acontecendo gradativamente. “A conquista da igualdade de oportunidades para que cada um
se desenvolva a partir de suas potencialidades deve ser perseguida pelos homens.” (SOUZA, 2005, p. 140). A luta é lenta e árdua, mas não pode cessar.
A discriminação precisa ser vencida. Igualdade, igualdade, ainda que tardia.


Fontes: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
MESTRADO EM HISTÓRIA
DISCENTE: ABRAHÃO FRANCISCO DA COSTA FILHO

Racismo No Brasil http://racismo-no-brasil.info/
https://www.significados.com.br/racismo/




Precisamos mudar essa história.


Já sofreu Racismo e Preconceito ou conhece alguém que já passou por isso?Conte-nos sua história.

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