Que somos seres humanos diferentes uns dos outros não é novidade nenhuma.
Que devemos nos respeitar e aceitar essas diferenças, também não.
Mas além de respeitar e aceitar é necessário mais. Principalmente a nós escritores,
com tantos poderes em mãos. Não basta apenas escrever para entreter.
Nossa tarefa vai além disso.
É preciso informar, conscientizar, ensinar… e REPRESENTAR.
Porém, até onde podemos ir nessa representação?
Há quem diga que por ser branca não posso criar e me aprofundar em personagens
negros. Que por ser hétero não posso ter personagens com outras orientações
sexuais. Afinal, não sei como eles vivem, não sinto na pele o preconceito que
eles passam. Enfim, não sou apta a opinar.
Mas será mesmo? Jamais escreverei sobre um homem negro, gay e da periferia
com tanta maestria quanto um deles?
A minha resposta é: talvez.
É óbvio que terei muito mais dificuldades para representar adequadamente alguém
de uma condição que desconheço. É óbvio que é muito mais fácil escrever sobre
aquilo que sei e que vivo na pele todos os dias.
Mas dizer que não posso criar um personagem diferente apenas por não ser um
deles, é exagero! Terei maiores dificuldades sim. Terei que pesquisar.
Terei que me colocar no lugar do outro. Mas é possível transmitir exatamente o que
alguém passa e com um realismo tão grande quanto a própria pessoa seria capaz de fazer.
Inclusive, o nome disso é EMPATIA. E empatia é uma das qualidades mais
necessárias para um escritor. Precisamos nos colocar no lugar do outro, refletir como
é ser outra pessoa, como é viver de tal forma, passar por tal acontecimento… É essencial!
Inclusive, essa é uma das palavras que se faz mais necessárias no século XXI.
Não só no meio literário, mas em todos os âmbitos da sociedade.
Nos coloquemos no lugar do outro antes de escrever…
Nos coloquemos no lugar do outro antes de julgar…
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