DIA DO AUTOR - MARCELO ALVES HIGA - ENTREVISTA

Vamos conhecer um pouco do autor de Eclipse, Marcelo Alves Higa! 

O Que te motivou a começar a escrever? 
Um antigo impulso: leio muito desde os seis anos de idade, e sempre pensei em escrever livros, mas sentia pouca segurança tanto técnica, ou mesmo com relação as ideias que eu poderia desenvolver. Um belo dia, eu resolvi – com 40 anos de idade – que deveria escrever. De qualquer forma, a ideia deste livro começou a crescer tanto, e foi se tornando tão interessante, que em certo momento que percebi que poderia ser um bom livro. Após meses de muito trabalho, ele estava pronto.

Fale um pouquinho sobre o seu livro e o que os leitores podem esperar dele? 
Ele se chama Eclipse (ou como eu me tornei feliz e passei a amar a cor roxa) e fala sobre um tema sempre atual: a felicidade. Tudo começou apenas com uma suposição – o que aconteceria se alguém inventasse uma medicação que tornasse a felicidade possível? A partir desta ideia, eu fui desenvolvendo personagens e a história. Minha própria prática médica me ajudou bastante, pois muito de minha experiência se encontra nas páginas do livro. De certa forma, tudo que fazemos sempre foi em busca da felicidade, este vago estado de plenitude que as pessoas são obcecadas. E se algo assim existisse, um simples remédio que faz a gente feliz, eu imaginei todo livro tentando responder aquela suposição inicial, da mesma forma que as pessoas reagem no mundo real, quando tomam medicações para mudar a mente.

Se inspirou em alguém na criação dos personagens? 
Em mim mesmo, é claro: todo livro é antes de tudo uma biografia e há muitas partes do próprio escritor em seus livros. Há três personagens principais que representam três formas de ver o mundo: O acadêmico, o erudito e o prático. Cada um deles tenta ver os acontecimentos desta nova medicação, e cada reação deles é de certa forma, a maneira que conhecem quando tentam resolver os problemas que aparecem.

Qual o seu livro e autor preferido? 
“Em Busca do Tempo Perdido” – Marcel Proust

Sua família te apoia na escrita? 
Sim, sou casado há treze anos com o grande amor de minha vida e ela, minha companheira, sempre me apoiou em todas minhas decisões. Ela sempre me ajudou, e assim como ela faz, busco sempre retribuir da mesma forma todos os projetos dela. Sou um homem de sorte, muita sorte, pois sei que isto é raro.

Você possui algum ritual na hora da escrita? 
Não importa o que seja, sempre sento duas horas para escrever, com raras exceções – escrever é um trabalho como qualquer outro, que exige dedicação e suor. Há dias que saem páginas, há dias que saem poucas palavras. Leio pelo menos duas horas por dia – sempre os grandes autores – buscando ajuda e inspiração. E faço caminhadas – andar ajuda o cérebro a pensar melhor.

Se você pudesse se descrever em apenas duas palavras, quais seriam?
Multiplicidade e leveza( levei muito tempo para chegar neste estado)

Quem é você quando não está escrevendo? 
Um médico tentando entender esta coisa louca que se chama ser humano, um leitor voraz que tenta buscar conhecimento em tudo que cai em suas mãos e alguém que reza todos os dias para agradecer por mais um dia.

Que mensagem gostaria de deixar para os leitores?
Leiam muito e desafiem suas mentes a ler coisas muito diferentes: o cérebro é preguiçoso e tudo que deseja é ficar na frente do sofá comendo batata frita, assistindo programas bobos. Não caia nesta armadilha, por que o motor da vida é a vida em si, e não a estabilidade. Obrigado por ler minhas palavras.


Bate e Volta


Uma palavra: Caos

Um sentimento: agitação

Família é: a base de tudo

Uma qualidade: guardar segredos

Um defeito: sou paranoico

Uma Comida: Sushi

Um livro: “Cem Anos de Solidão” e “Em Busca do Tempo Perdido”


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