ANTES DE COMEÇAR... POR CAROL SALES

Antes de começar; defina seu público foco.


Em princípio, gostaria de deixar claro que venho compartilhar com vocês uma opinião minha, baseada em minha própria experiência de vida e profissional. E não me julgo dona de razão alguma, mas funcionou para mim e pode vir a funcionar também para vocês.
Todo profissional, em qualquer área de atuação, vai começar em algum lugar e aprendeu de algum modo sobre o que vai fazer, e eu fui instrutora e palestrante na área de beleza, é baseado nessas minhas palestras na área, que trago o que creio funcionar em qualquer função, inclusive a literária.
Então, vamos hipoteticamente, dividir o público em dois grupos distintos; O primeiro inclui pessoas pouco exigentes, são em uma grande maioria adoráveis. Que evitam ao máximo expressar qualquer contrariedade com o produto oferecido por você [porque sim, a partir do momento que você deixa de ser o único leitor de seus escritos e expõe a mais pessoas para ser lido, passa a ser um produto, mesmo que produto gratuito, ainda assim, 'produto'].
Esse grupo de pessoas sempre terá uma justificativa para os defeitos e conseguem ser tão agradáveis no trato que por vezes o profissional sente-se compelido até em pagar para manter esse público sempre por perto... E acontece sim, afirmo por experiência própria de meus mais de 24 anos em meio outros profissionais independentes... O que é ótimo para a estima, mas o bolso do profissional não estará tão feliz assim, acho que o motivo fica óbvio no descrito acima, mas ainda assim, uma das frases mais comuns que por toda a minha vida profissional eu escutei é que; "Fulano(a) é sempre tão gente boa, tem sempre uma palavra amiga e nunca me fez sentir mal mesmo quando eu mesmo percebi que não dei o melhor de mim, que pra ele(a), não me importo de dar o produto/serviço de graça".
Ops, aí é o seguinte; "de graça não foi". Pagou para trabalhar e até eventualmente, compeliu a alguém a pagar junto, é meu ponto de vista.
Mas não vou estender o assunto, vamos ao segundo grupo, que antagonicamente ao primeiro. Seja mais conhecido por pessoas que não têm 'trava na língua', são comumente classificados até como grosseiros em suas avaliações, são exigentes com o produto/serviço que lhes é ofertado, raramente elogiam. Frase comum dessas pessoas é até cruel; "Se eu não reclamei é porque está aceitável/bom".
Cá entre nós, gente assim dá nos nervos né? Dá uma vontade louca de dar uns sopapos para ver se aprendem a serem mais gentis, humanos... Mas esse grupo de pessoas normalmente tem um perfil; Eles 'pagam' o cobrado pelo seu serviço/produto, porque querem ter assegurado o direito de exigir/reclamar e eventualmente cobrar o melhor do profissional que contrataram, não choram no preço, porque isso iria obrigá-los a ser mais agradável no trato, algo que para esse perfil de público é quase inadmissível...
Ambos os grupos 'hipoteticamente citados' acima, terão sua exceção à regra; Tem sim quem paga o preço e ainda consegue ser gentil, adorável e sempre busca exaltar o profissional que lhes tenha prestado serviço ou oferecido o produto. E tem também os que querem de graça e ainda vão reclamar sem qualquer filtro ou preocupação com o profissional. A primeira categoria citada, vocês hão de concordar que se trata de uma minoria e aqui nesse artigo, me refiro a 'público', e a segunda de que sejam 'sem noção de convivência em sociedade' mesmo. Só foram citados porque existem, mas não agregam nada e nada possuem a oferecer.
Enfim; analise agora a si mesmo como profissional e avalie-se como prestador de serviço. Porque esse primeiro grupo citado acima no artigo, não vai e nem tem o direito de exigir de você que tenha que estar sempre se superando e investindo na sua profissão, afinal, outras frases comuns que se encaixam bem com esse perfil de pessoas é que "Cavalo dado não se olha os dentes". "Já está dado, vai ficar cobrando?" Te dou um dedo e quer me arrancar o braço?"...
No entanto, se quiserem ser valorizado pelo seu trabalho, ter clientes que não vão chorar no teu preço, estejam cientes de que o 'ego' de vocês não vai poder entrar na equação. A frase que pode ajudar a manter a mente aberta nesse caso é de que "Cliente que reclama é o cliente que quer permanecer na empresa". Porque o que não quer, simplesmente troca de servidor ou produto.
E na maioria das vezes o prestador de serviço ou empresa, só veem seus números caindo, mas nem deram a chance de saberem onde erraram.
Invista em si em todos os sentidos, sua imagem em público dita a quem te vê como você se apresenta, e a sua obra pode acabar não tendo nem mesmo uma primeira chance de ser lida (mesmo que de graça), por conta de um comportamento social condenável. Não desmereça aos profissionais que cobram pelos seus serviços, não pode pagar (ainda), mas poderá se tiver determinação e é jogar contra si mesmo, afinal, você também vai querer ganhar pelo seu tempo e grana investidos no que faz. Evite perder tempo apontando defeitos nos outros, é tempo que poderia estar usando nas suas próprias qualidades e melhoramentos das suas obras.
Leia muito, e depois leia mais.
Mas evite perder tempo lendo algo ou com pessoas que nada acrescente, acerque-se de pessoas que vocês admirem. Isso sim, em minha opinião, só faz somar, agregar conhecimento.
Espero que de algum modo tenha ajudado e sou aberta a argumentações.
Um beijo estalado e abraço apertado e lembrem-se;
Todos nós temos qualidades e defeitos, exaltar a qualidade do próximo não nos diminui e causa empatia em uma grande maioria, no entanto, quando ao contrário, nós apontamos o dedo nos defeitos de alguém (além de termos três dedos apontando contra nós mesmos), causamos mais antipatia do que se pode calcular.
Por um mundo literário com mais
amor e menos intolerância.

Carol Sales

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